terça-feira, 28 de fevereiro de 2012


O narciso que iluminava o recanto de jardim secou. Senti falta dele, da sua luz naquele recanto sombrio. Não o recriei porque não cabe no limite da minha pobre criação, mas fiz uma flor amarela. 



De quem é? Não é de ninguém... ela saberá escolher!


domingo, 26 de fevereiro de 2012

Blue Flower

Esta foi a que fiz para mim ... Azul só podia.
Azul da cor do céu
Azul da cor do mar...


Lindo "Poema Azul" de Maria Bethânia


O mar beijando a areia
O céu e a lua cheia
Que cai no mar
Que abraça a areia
Que mostra o céu
E a lua cheia
Que prateia os cabelos do meu bem
Que olha o mar beijando a areia
E uma estrelinha solta no céu
Que cai no mar
Que abraça a areia
Que mostra o céu e a lua cheia
um beijo meu.




sábado, 25 de fevereiro de 2012

A Paixão pelo Botão

Tenho um gosto pelos botões que ultrapassa o entendimento de qualquer pessoa que viva no século XXI, com toda a moderna tecnologia, zipes, molas e velcros! Vejo o botão como um objeto em si e não apenas aquele triste que se enfia numa casa para segurar a roupa no lugar.

Podia apostar que quase nenhum de vocês se lembra dos botões que cruzaram a sua vida...
Mas voltemos atrás, muitos anos atrás.

Os primeiros botões que marcaram a minha vida apresentavam-se na sua embalagem de origem, ainda cosidos nos pequenos cartões originais por ordem de tamanhos. Havia-os de todos os feitios e materiais, belos à vista, agradáveis ao tato: os de vidro faziam-me lembrar pedras preciosas translúcidas ou leitosas, os de madrepérola furta cores e elegantes, os de madeira esculpidos, os de metal prateados ou dourados, elegantes e distintos. Possuía um verdadeiro tesouro de guerra numa caixa de sapatos.
Foram dados a mim-menina por uma senhora que eu passaria a chamar de "grand-mère" para todo o sempre, que os tinha guardado em lembrança da sua retrosaria que fora fechada aquando da Primeira Guerra Mundial, numa zona de ocupação alemã.

À noite, no aconchego da cozinha, em cima da mesa castanha de fórmica, espalhava os cartões como num jogo misterioso de que nem eu sabia as regras. Olhava os meus preciosos botões, sentia-lhes a maciez ou a frieza metálica, ordenava-os e imaginava em que trajes se destacariam mais. Assim construía histórias com fardas e vestidos de gala nos meus serões de menina só. Nunca me passou pela cabeça tirá-los dos seu suporte, ali pertenciam.

Os meus primeiros pontos foram dados a coser botões angariados ao sabor da sorte, numa espécie de livro construído por mim, com páginas de retalhos de tecidos. Tecidos estes, oriundos de tenebrosas expedições à gaveta dos panos de cozinha da minha mãe. Nunca percebi o aborrecimento da minha mãe que devia querer guardar os seus panos sensaborões e sem ponta de fantasia.

O tempo foi correndo na paz dos botões e na volta também li um célebre romance que se chamava "La Guerre des Boutons", traduzido devia ser "A Guerra dos Botões".
Veio o meu tempo de sair de casa e viajar para estas paragens, deixei os meus botões para trás como quem deixa amigos, porque não me cabiam na bagagem de jovem universitária. Pensei que os meus pais saberiam o apreço que tinha por aqueles botões e não precavi de avisar que deveriam ser conservados até a minha volta ou trazidos para cá. Afinal os meus pais não sabiam, e inexplicavelmente deitaram para o lixo o meu pequeno tesouro. Chorei aqueles amigos que tinham perdurado na história do tempo e feito parte da minha vida, guardei mágoa pela indiferença do gesto.

Mais tarde e já na universidade, veio-me uma paixão pelos botões forrados e tentei reconstituir o meu espólio de guerra na loja da minha nova rua:  "O Rei dos Botões". Infelizmente não se pode substituir botões amigos por outros quaisquer.

Os materiais nobres são caros e até o simples plástico feito botão é uma exorbitância. Guardo para sempre um gosto pelas retrosarias e o hábito de recuperar tudo o que é botão-orfão para guardar em frascos de vidro.
Se um dia lhe der qualquer coisa com um botão... aprecie o gesto, porque ainda hoje tenho dificuldade em desfazer-me de qualquer um, por mais insignificante que lhe pareça. É que não é um botão, é o meu botão.

Bem-vindos ao meu Reino!

Flor Laranja

Há já alguns tempo que eu não pegava na agulha para produzir algo bonito e que perdura. Há uns anos atrás fiz muitas destas flores, com amor e dedicação, com atenção aos pormenores e gosto pelo trabalho bem feito. Fiquei sem nenhuma para mim, confirmando o provérbio de que "Em casa de ferreiro espeto de pau". No entanto perduraram no tempo, e episodicamente volto a cruzar-me com elas, nas lapelas amigas, em echarpes colegas, nas malas  e chapéus, e acreditam que elas me sorriem? Reencontro-as com grande prazer e um pouco de emoção. Agradeço às suas novas donas que as guardaram com amor e que continuam a fazê-las caminhar. Obrigada!


Flor laranja, também ela realizada em lã de feltragem e agulha. As folhas também foram bordadas e há aplicação de missangas no seu centro. Foi adornada com duas penas de fraca.


Esta já tem dona e sei que vai ser tratada com muito carinho.


Vai, florzinha, um dia voltaremos a cruzar-nos ... segue o teu caminho feliz!

Flor Com Borbotos

Esta flor de feltro não tem nome natural. Toda ela saiu da minha imaginação e simultaneamente das minha mãos. Não sei onde irá, quem enfeitiçará...



É feita de lã para feltragem, bordada com ponto pé de flor nas folhas e aplicação de missangas no centro. Usei a técnica de feltragem com agulha num suporte de espuma.

Joaninha Voa Voa!!!

Foi a única que ficou em casa...estranhamente não voou!
Foi de encomenda da minha doce.